A MORTE DO POETA

Ao cair da tarde

vermelho horizonte.

Na manhã que se derrama em luz.

Sob o luar que a noite ilumina,

de estrelas cintilantes...

morreu o poeta.

Durante a chuva e

seus trovões anunciantes.

No momento em que

a mais bela flôr se abria,

em que a fome

o indigente consumia...

morreu o poeta.

Em tempo de semeadura

do dourado trigo

que alimenta e sacia.

Nas trincheiras da guerra,

sangrenta e irracional.

À sombra benfazeja

dos galhos das mangueiras...

morreu o poeta.

Entre os soluços do

gemer fremente dos que

se amam perdidamente.

Ao lado do solitário

perdido em si mesmo,

de si mesmo escravo...

morreu o poeta.

Nos braços de uma criança,

de alma pura e sorrir sincero.

No colo de todas as mães

que embalam um filho doente,

mísero e sem homenagens...

morreu o poeta.

Samir Fernandes
Enviado por Samir Fernandes em 14/01/2012
Código do texto: T3440636
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