Encantador de Crianças
Nascido no oculto,
No fundo dos olhos da inocência,
Inocente o abstrato fez-se gente
Diante das crianças.
Ele encantava e cantava
Na realidade fantasiosa da infância,
Os adultos presos as suas sistemáticas,
Ignoravam e não viam o que os cercava.
As crianças sim, eram felizes,
Envolvidas pelo mistérios da simplicidade,
Sabiam admirar o nascer do sol,
E os ruídos que se desprendiam da noite.
Enquanto os velhos,
Cheiravam a concreto e asfalto,
A gás carbônico e graxa.
As crianças sim sabiam viver,
E o oculto mostrava o caminho para um riso puro,
As vezes era difícil saber quem encantava quem,
Mas isso não era importante.
O calor da amizade e do sorrir prevaleciam,
O mundo parece mais colorido,
Quando as gravatas não o sufocam
E para ser feliz
É preciso tão pouco,
Mas a angústia parece mais fascinante,
Até as estrelas brilham mais,
Para os que sabem apreciar o céu.
As crianças entendiam toda a poesia
Difundida junto as pequenas coisas,
Elas sabiam os gostos das cores,
E o cantar do silêncio.
Enquanto os ouvidos dos velhos,
Ouviam os ruídos dos carros e das maquinas.
A vida parece muito mais intensa na infância,
Pois você não precisa usar máscaras,
E tomar decisões por interesses vã.
Dizem que a sabedoria é traçada pelo longo percurso do viver,
Mas na verdade,
A sabedoria morre
Quando começamos a querer entender o porque de tudo.