Era uma vez...
Deixo o vento levar meus pensamentos
Meus sonhos e meus lamentos
E tudo que me resta são papeis
Folhas riscadas no relento
Com muita dor no coração
Escrevo tudo que invento...
Era uma vez um príncipe sem castelo
Um tesouro bem singelo
Ele buscou entre mil reinos sua amada
Destruiu mil dragões com sua espada
Vasculhou cada canto do mundo
Atrás de quem o entendesse
Do seu sentimento merecesse
Mas veio o frio e a tempestade
Veio o desprezo e a maldade
Desolado e aflito mendigou por amor
Não achou ninguém naquela gélida escuridão
Que a seu corpo desse calor...
Era uma vez um herói sem poder
Do seu brasão estava sempre a depender
Empunhava seu símbolo mostrando a luz
Tentando diminuir a sua cruz
Carregada no peito com sacrifício
O herói bobo sempre tentava o impossível
Até que de tanto tentar
Sem ninguém em sua guerra para ajudar
Acabou sozinho a se matar...
Era uma vez um triste poeta cheio de lástimas
Onde no seu livro em branco estavam todas as páginas
Todas esperando uma história de amor
Que nunca se concretizou
Não tendo mais nada em mente
Decidiu então escrever algo diferente...
Foi assim que descrevi minha vida
Minha humilde jornada esquecida
Por uma mulher que não me merecia
Eterna agonia.