Que força estranha é essa?
Que seiva é essa...
Que vem das entranhas,
Que a alma alimenta,
O sonho sustenta e,
O abissal do ser, habita?
Que essência é essa...
Que a tudo suscita,
Que faz germinar a semente,
Faz brotar a flor,
E em seu âmago,
A vida grita?
Que pulsar latente é esse
Que vibra dentro da gente,
Que faz ter fé na vida
E acreditar que sempre
Haverá uma saída?
Que centelha de luz é essa...
Que no ser reluz?
Ah, pertinaz fagulha,
Ilumina noites de desespero,
E faz o dia ressurgir faceiro...
Ah, que chama é essa,
Sob cinzas, mantém o braseiro
Num aquecer infindo,
A incandescer o candeeiro,
Alumiar a vida e, a tudo... tudo, justifica?