DO QUE FOGES
DO QUE FOGES
Do que foges qual um covarde,
que invés de avançar para trás dá o passo?
A quem mentes, pois ela já sabe
Tu mesmo o disseste _ Sim, poesias faço.
Dizes não querer do mundo nada
a não ser o pouco que não seja pouco
muitos como eu por suas palavras
creem ser tu, por vezes louco.
Mas louco sabemos que não és
não fazes o que faz um louco, assim não se comporta
loucuras tens feito, não sei, talvez
mas nunca o vi em público a rasgar notas.
E sobre o título que a si nega
receba-o de bom grado, pois mereces
quantos por tal chance não esperam?
Quantos para tanto em noites fazem preces?
Muito, disto tenho certeza,
mas grande é nosso universo
e entre todos, poucos há que mereçam
os aplausos que dou ao teu verso.
E até quando não sustentará a alcunha?
E se dizem muitos que és poeta
em branco não deixarás de forma alguma
a página que já está de versos repleta.
FERNANES OLIVEIRA