Doce afã

Mergulhada em meu labor

Nada penso, à própria lida

Sempre entrego a minha vida

Em nada mais o meu dispor.

Horas bebem meu suor

Se alimentam do meu ser

Do labor recolho a dor

Mas também o meu viver.

E assim me entrego afeita

Ao mais sutil holocausto

Confiante que da empreita

Colherei riso mais lauto.

Sei que um dia, afadigada

Me dispense deste afã

Sequer haja um amanhã

Haja um fim para a jornada.

Até lá, fiel prossigo

A lançar sobre o meu dia

A semente deste trigo

E colhendo a poesia.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 06/01/2012
Código do texto: T3425476