MORTE DE PALHAÇO
E aí o espetáculo se encerra/
E o palhaço cai do picadeiro/
Os bolsos vazios e o desvio/
A esperança de chapéu na chuva/
Com a luva que pelica a pelica/
E implica com o nariz do palhaço/
Talhada no aço as ,arcas do rosto/
Ri do gosto que o trapezista pula/
O palhaço encurta o passo no espaço/
Narrando as risadas de sua vida/
Sua roupa de Clóvis, o bate bola/
Enrola a esperança como /
Um político engana com presença/
E segue para o céu dos palhaços/
Aonde São Pedro é domador/
O arco fechado do menino tímido/
Que intimidava com sua cara/
E encara o santo envelhecido/
Com certeza também temido/
Como se o palhaço fosse o santo/
E no encanto do circo/
Que no infinito descortina/
O palhaço foi criança calada/
Ninguém viu o palhaço chorar/
Suas lágrimas saia na coberta/
Encobrindo os olhos com lençóis/
Para ninguém rir de sua dor/
Mas nada pode ser escondido/
E nos cantos do circo surge alegria/
Ela ninguém viu/
Nem oração aconteceu/
Apenas alegria no circo/
Quando o palhaço morreu/