DÉCADENCE AVEC ÉLÉGANCE
Homem de avultar muita da pouca fé
Desabitado de primícias
Conjuminado de trapaças, carícias
Confia na confraria do terno e gravata
Fratura a boca em frases ilícitas
Delecatéssen de bravatas, delícias...
Encampa d’um luxo o fluxo das frases
Língua empapada em azul veludo
Da boca a mastigar sabores classudos
Incensa focos de refinados gostos noturnais
Que acendem holofotes; faróis da lua
No creme-pálido do seu inabalável rosto
Ao calor tropical das terras meridionais
Infunde-se no luzente gozo dos próprios anseios
(Jamais pretenderá nada além-chama)
Declama com primor do estado de auto-estupor
Tão bem sabe o que a boa-vida lhe encomenda
Que ainda por cima recomenda o que o disgrama...