MAIS UM PORRE
Outro porre e na mesmice
Não consigo mais parar
Talvez presa da sandice
O meu fim seja vagar...
Sem rédeas que me limitem
Passo aqui, vou acolá
Sensações que me agitem
O que busco e digo cá.
Coriscos no céu, desejo
Furacões quero avistar
Coisas que arroubem meu pejo
E me façam delirar.
Cansei de ser comedida
Polida e quase irreal
Quero a grande sacudida
Antes que me molde o cal.
Ser feliz, nunca fez mal
A loucura é o remédio
Para o ar angelical
A face que quebre o tédio.
Quero o arroubo da vida
Invadindo os meus pulmões
E não a paz só fingida
Cerceando-me em senões.