Nós deveríamos amar o amor.
Todos deveríamos amar uns aos outros.
Deveríamos tratar o próximo como se ele fosse sinônimo de amor.
E então deveríamos amar o amor.
Não, nós não deveríamos amar apenas a nós mesmos, pois nós não nascemos de nós mesmos: nós nascemos de outros.
Nós somos diferentes em muitas coisas.
Mas, essa diferenças não deveriam nos separar.
Não, essas diferenças não deveriam nos separar.
Essas diferenças deveriam nós unir, porque além de qualquer diferença, nós somos todos iguais.
Sim, somos todos iguais.
Então, porque colocamos obstáculos entre nós e os outros?
Por que nos sentimos melhores ou piores que os outros?
E por que julgamos e condemamos tantos os outros por sua forma de ser, pensar e de agir?
Não, não deveria ser assim.
Não deveria haver esse enorme abismo que existe entre os humanos.
Não, não deveria ser assim.
Vidas não deveriam ser sacrificadas em nome da ordem e do sistema econômico.
Não, não deveria ser asssim.
Nós não deveríamos amar a aparência, que nos faz aparentemente, sermos melhores ou piores.
Nós deveríamos, sim, tratarmos os outros e a nós mesmos como sinônimos de amor.
E assim, nós deveríamos amar o amor.
Sim, nós deveríamos apenas e somente amar o amor.
Sim, amar o amor, sem nos preocuparmos com coisas superficiais e artificiais como os bens materiais.
Ah, mas a cada dia os humanos vão se tornando como pedras.
Não olham para os sentimentos: nem para os seus, nem para o dos outros.
E assim como a pedra rola estrada abaixo, vidas vão sendo roladas e jogadas pelos barrancos desse mundo injusto e frio.
Então, chora poeta bobo e burro!
Chora, inutilmente, porque ninguém se importa com o que você escreve.
Chora mesmo, chora muito, enquanto todos riem.
Porque enquanto todos se adaptam a esse mundo sujo e injusto, você se tranca lamentando não poder mudar nada além de si mesmo.
Porque tudo isso te afeta?
Talvez porque ainda não conseguiu virar pedra.
E quanto mais tenta se adaptar a essa coisa podre chamada mundo, mais sente sua alma viajar para o outro mundo: um mundo fantástico e fantasioso que só a velha e boa poesia pode lhe presentiar.