GREGOS E TROIANOS
Nunca traia a si mesmo
Nunca se desfaça dos sonhos
Tampouco sucumba a esmo
Diante dos vendavais medonhos
Que saem das línguas alheias
Como teias de mentiras vãs...
Não, meu amor, não agrida seus ideais
Não mutile a face mais sublime da sua essência
Em troca de símbolos e de bens materiais
Em troca de glórias pífias, como aparência
Que um dia, apenas, desaparecerá...
E como é sempre impossível agradar
A todos, brancos, pardos, gregos ou troianos,
Imprescindível é apenas sonhar
Em aprimorar a alma com o passar dos anos...
Por tudo isso, meu amor, seja tão-somente
Você mesmo, essencialmente, em si
Por mais que se reclame e que se comente
O que você faz, continuamente, aqui....
Pois não há arte mais bela que amar
Em cada parte que a vida apresenta
No dom que se reparte sempre aqui ou lá,
No âmago de uma alma, imensa, isenta
E sedenta de que a paz possa, enfim, reinar.