O velho e a imortalidade
Era um grão de areia,
E a noite roubou a lua,
Deliciou-se com seu brilho,
E ao amanhecer tornou-se orvalho,
Quando velho,
Roubou a juventude eterna,
Mas seu espirito já não o cabia.
Quando a sua sombra,
Rompeu-se de seu corpo,
E pode ver as pessoas morrendo,
As flores murchando,
O silêncio se propagando,
E o seu ser intocável...
Daí percebeu o quanto a imortalidade,
Machuca mais que a morte,
Pois junto a ela tudo é maior,
A solidão, o vazio, a tristeza...
Quando sofreu por alguns séculos,
Despiu-se da eternidade,
E tornou a seu velho corpo,
Ai viu o quanto sempre fora feliz.