Do que Prefiro
Do que Prefiro.
Enquanto a noite não chega e
a tarde não se vai,
vou compondo serenatas
com palavras exatas
de inúmeros mortais.
Assim vou descendo ladeiras e jogando meus sais.
É certo que o dia é inteiro
mas quem precisa
de tudo saber?
Se o tonto ficou quieto e
o sábio ficou mudo,
qual minha razão neste mundo?
Tem tempo
que as horas não passam .
Os minutos ficaram amassados
e de dentro se foi o passado.
Agora, ando igual fumaça,
estou embaçada.
A luz se aquietou e
eu que não vim, vou.
Dentro de mim traçada,
há uma rua só de chegada.
Por ela , caminho
sem deixar rastros.
Sigo porém seus
conselhos :
Quem tem ouvidos ,
ouça.
Quem tem memória,
espere.
Ainda é Primavera e
a “ Lua de Prata ”
ainda não serenou..
Aceitando o convite ,
fiz da via , sala de espera,
da lua , abajur,
e do medo , glamour.
Só assim senti- me segura.
“Então era ela , a Primavera?
A pura ? “
Pois eu ,
prefiro o Verão ....
com suas cores
claras ou escuras
sempre “ fazendo parte
da “ estação ”.
Delurdes Moraes.
Aos queridos leitores ,um esclarecimento.
Antes este poema foi postado com o título "Enquanto a noite não vem". Hoje ,depois de profunda revisão , passei a chamá-la "Do que Prefiro" espero que apreciem sua nova forma. Delurdes.