O grito
Exatamente lá,
na hora extrema,
quando estamos na mais puta das febres,
no mais réprobo estado subversivo de opções
desajeitadas.
Mas não me confunda, amigo.
Tudo se vai...
A febre, o amargo na língua,
o ego desgostoso das virtudes,
a paixão não correspondida,
nem em corações, nem sob lençóis.
Sim,
tudo se vai,
é questão de tempo,
de cadeia,
de crer por crer.
E fica ao nosso lado,
apenas a voz emudecida, umedecida,
rouca em sua circunspecção.
A mesma voz que, aos gritos te liberta dos males
calados em teu peito.
Eia,
vamos aos gritos,
pois deles surge o amor,
pois neles, surgimos triunfantes !