ATÉ QUE UM DIA
E o tempo enferrujou
A luz em ângulos opacos
Deixou minha alma nua
Sujeita aos temporais
Me marcou me levou
Como um velho barco
Sobre mares às vezes rotos
De difíceis travessias
E o tempo me fez sonhar
Com horizontes parciais
Me encontrar na poesia
Nos pedaços de porto
Pôs a mão na minha cabeça
Me mostrou
O quanto sou imperfeito
O quanto a vida é avessa
E o tempo continua
Me mostrando
Me levando
Fazendo ninho no meu peito
Até que um dia
Eu não mais amanheça
Que o tempo me esqueça
No ermo
Sem termo
Sem lugar.
- - - - - - - - - - - -
SONHOS PERDIDOS
No ermo, sem termo,
desclassificado, eu me aflijo,
porque, sei, não mais dirijo,
minha vida, meu destino.
Será que perdi o tino?
Pobre barco enferrujado
que desconhece o calado
do seu casco - sua quilha.
Mas a luz na água brilha,
traz o canto das sereias
enquanto lua na areia
canta canções - maravilha.
O vento forte soprou,
o tempo veio e levou
as alegrias que eu tinha
e agora, andorinha,
voa só sem ter verão.
Sonhos vêm, os sonhos vão...
Aonde é que foram os meus,
que não encontro os pedaços,
sequer me deixaram traços,
não disseram nem adeus.
(HLuna)
- - - - - - - - - - -
ANTES QUE O DIA TERMINE
Incansável e propositadamente,
A cada dia, o mar destroi
Os castelos de areia que faço
Com meus sonhos inacabados
E, em mim, o tempo e a vida
Deixam cicatrizes
Fazendo questão de mostrar
O quanto meu corpo
É mutável, efêmero, finito.
Antes que o dia termine...
Desejo que a vida renasça em mim,
Trazendo novas emoções,
Surpresas, alegrias, lágrimas.
E se não trouxer...
Que eu possa me lembrar
Que sempre haverá o dia seguinte
E nova chance para recomeçar.
Antes que o dia termine...
E eu, porventura, me sinta cansada,
Ttriste ou fragilizada,
Que eu esqueça tudo,
Menos a minha capacidade
De fazer brotar em mim a felicidade.
Que o silêncio da noite,Imutável
E interminável,
Me faça renovada
A cada novo amanhecer
Enquanto eu viver...
(Ana Flor do Lácio)
E o tempo enferrujou
A luz em ângulos opacos
Deixou minha alma nua
Sujeita aos temporais
Me marcou me levou
Como um velho barco
Sobre mares às vezes rotos
De difíceis travessias
E o tempo me fez sonhar
Com horizontes parciais
Me encontrar na poesia
Nos pedaços de porto
Pôs a mão na minha cabeça
Me mostrou
O quanto sou imperfeito
O quanto a vida é avessa
E o tempo continua
Me mostrando
Me levando
Fazendo ninho no meu peito
Até que um dia
Eu não mais amanheça
Que o tempo me esqueça
No ermo
Sem termo
Sem lugar.
- - - - - - - - - - - -
SONHOS PERDIDOS
No ermo, sem termo,
desclassificado, eu me aflijo,
porque, sei, não mais dirijo,
minha vida, meu destino.
Será que perdi o tino?
Pobre barco enferrujado
que desconhece o calado
do seu casco - sua quilha.
Mas a luz na água brilha,
traz o canto das sereias
enquanto lua na areia
canta canções - maravilha.
O vento forte soprou,
o tempo veio e levou
as alegrias que eu tinha
e agora, andorinha,
voa só sem ter verão.
Sonhos vêm, os sonhos vão...
Aonde é que foram os meus,
que não encontro os pedaços,
sequer me deixaram traços,
não disseram nem adeus.
(HLuna)
- - - - - - - - - - -
ANTES QUE O DIA TERMINE
Incansável e propositadamente,
A cada dia, o mar destroi
Os castelos de areia que faço
Com meus sonhos inacabados
E, em mim, o tempo e a vida
Deixam cicatrizes
Fazendo questão de mostrar
O quanto meu corpo
É mutável, efêmero, finito.
Antes que o dia termine...
Desejo que a vida renasça em mim,
Trazendo novas emoções,
Surpresas, alegrias, lágrimas.
E se não trouxer...
Que eu possa me lembrar
Que sempre haverá o dia seguinte
E nova chance para recomeçar.
Antes que o dia termine...
E eu, porventura, me sinta cansada,
Ttriste ou fragilizada,
Que eu esqueça tudo,
Menos a minha capacidade
De fazer brotar em mim a felicidade.
Que o silêncio da noite,Imutável
E interminável,
Me faça renovada
A cada novo amanhecer
Enquanto eu viver...
(Ana Flor do Lácio)