A Última Atuação

Quando morrer, não vou querer pessoas vestidas de negro,

Nem lágrimas chorosas pelos rostos,

Não vou querer que falem de mim nas ultimas palavras como alguém que só tinha qualidades, também quero os meus defeitos,

Não vou querer ir vestida formalmente de negro, quero levar um vestido de princesa azul céu,

a minha face e meu corpo, irão sarapintados de cores bonitas e garridas,

Na minha mão esquerda terei uma máscara branca sem expressão, simbolizando o meu teatro,

Na minha mão direita, levarei uma pena, como símbolo da minha poesia,

Desenhada sobre os meus lábios, estará uma clave de sol, para que se lembrem do meu canto, e do meu amor pela música,

No meu peito, terei três flores,

Uma flor de lótus branca, como minha alma;

Uma tulipa azul, como meu espírito;

E uma rosa carmim, como meu coração;

Quando descerem o caixão,

Não quero choro nem gritos de sofrimento,

Quero aplausos, e júbilos entusiasmados,

Tal como se ouve num teatro, depois de um brilhante espetáculo,

Gostaria de ser aplaudida, como uma artista que terminou a sua atuação em grande,

Por fim, quando todos saírem, não se esqueçam de deixar uma florzinha em cima da pedra, não quero que se alguém me visitar fique triste ao olhar para mim,

É assim que eu desejo