Maldosamente opaca, vê o tudo que convém ou nada

Não se deixa mirar naquilo que algo valha

Se nega sempre a perceber e enxergar

Aquilo que algo de bom possa-lhe dar e gerar

Receber doces surpresas da vida a felicidade lhe causar

Pois só a matéria a criatura vislumbra

Negando-se a amar a beleza profunda

Negativa esta que fere e que tanto lhe afunda

Pois recusa-se o íntimo do verdadeiro belo conhecer

Prefere numa  fútil e falsa vida padecer

Até o dia do seu corpo envelhecer e ora assim perceber

Que nada mais do que sobrará além da alma

Se fará mais a lhe valer."