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Porque me poupo do riso

E porque me deixo num preciso

Poema...

...de mortal desagrado...

Porque me trago no trago

Deste cigarro

Que tu tragas agora...

...que tu devoras

Porque não me amam tais horas

Tais, que mortais, me carregam...

...e me negam a mim...

Porque me invado de notas

E de tantos mapas, rotas tortas

Com as quais não te importas

[Nunca te importas...]

Me perco de mim e de nossas memórias...

Histórias sem fim,

tantas-todas-mortas histórias...

Porque não sei por quê

Nem por onde me comecei e

Perdi teu sumo de mim... sumi...

Nem sei por onde me encontrei

E cedi... concedendo-me

A este estado outro-meu-sem-mim...

[...e sem ti...]

Porque há amargor...

[há desgosto]

Como pressuposto para a morte...

Foi o que ficou, quando foste...

Há des-sorte, in-sorte, a-sorte enfim...

E o que resta é resto do fim

É puro complexo de inferioridade...

...ingenuidade de pensar que assim

haveria alguma sorte...

E o que me devora o pensamento

É a sensação de penhasco

Deserto sedento

Fome e vazio de idéias descabidas...

Então, fecho os olhos

Sob meu funéreo céu escarlate

A rememorar o combate

Que é lutar comigo dentro de mim...

Batalha sem fim...

ll PaRaBoLiKa ll
Enviado por ll PaRaBoLiKa ll em 05/12/2011
Código do texto: T3373757
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