Essência humana
Tomas! Bebes o sumo da Miséria;
É o que produzistes desde o teu nascimento.
Plantastes Mágoa, colhes Sofrimento
Nos teus pomares de verdade inetérea.
És o criador dos teus algozes
És o assassino dos teus genitores
És o remédio das tuas dores
És o hospedeiro de orgulhos ferozes.
És esplendor e a própria sepultura
Por isso tomas do teu próprio fel
Cuja purgação poderá levar-te ao Céu.
Não te espantes desta Verdade dura
Reconhece-te inefável, porém, às vezes profana;
Não te espantes, és apenas a Essência Humana.
Cícero