FRENESI
quando a vista vê vera no que olha,
desarrolham-se mistérios em folhas,
desdobras miraculosas de insólita visão
a largarem pontas fascinadas e revoltas
quando a mão delineia o além-mundo
defletido nas sombras do agora
entalha frenesi nas palavras
grafando-as supernovas - sons do futuro
quando se busca a rota transviada
dos limites intolerados da terra
idéia-se um mágico adubo a facilitar a flor
e mais o seu nutritício sol em seu vital calor
quando essa luz toda remessa-se intimamente
forja-se fonte chafariz da sincera ânsia
que dimensiona a corpatura d’ um poeta,
um sensível e honesto poeta
ele, nas suas conjurações estéticas
verseja pr’a dentro d’ almas e mentes
esse espelho da vida que o inspeta
introjetada à sua vertente
não somente de alegria molda-se um poema
d’alguma fantasia, mas de ondular-se
ao mar de reflexos sem causal
nos ilhados debruns das emoções extremas