Tempestades

A semente do acaso surgida

E talvez por acaso plantada

É agora árvore bem erguida

Porém, está ameaçada.

Pois como é certo e todos sabem

Após bonanças vêm tempestades

Que quando se vão com suas maldades

Nada deixam para as bonanças que de novo cabem.

As tempestades não marcam data para vir

No entanto sabemos que um dia virão

Mas não nos preparamos para sentir

E apenas lamentamos após a destruição.

É a autoconfiança, boa, mas se excessiva

É má como a infiltração na parede saudável

Provocando a destruição lenta e inexorável

Corroendo aos poucos a base que parecia indestrutiva.

Agora os galhos tremem com o vento forte

E o tronco balança inseguro na terra firme

Se lhe arrancam as raízes chega-lhe a morte

E gritará agônico: – Ninguém quis ouvir-me.

Mas daquele que cai em luta porque não resiste

Não se pode jamais dizer que teve fracasso

Pois contra algo maior basta um passo

Em falso para perder, pois a derrota também existe.

Humanidade – bilhões de conjuntos unitários

Que querem cada um o seu mundo

Por isso condenados a serem solitários

Numa queda em eterno precipício sem fundo.

Outro mal é ansiar sempre pelo fim

De qualquer coisa antes do seu início

É este o começo do tempestuoso precipício

Que começa e termina na palavra MIM.

Cícero

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 26/11/2011
Código do texto: T3357747
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