O vazio!

Como um deserto,
Sem oásis,
Areia escaldante,
Sol a castigar,
Poeira no ar...

Longe da fonte de água fresca,
Assim anda meu coração,
O vazio chega a doer,
No corpo,
Na mente,
Na alma,

Doe até fora de mim...
Nas coisas que vejo...
Ou que ainda imagino enxergar...

transpassa o meu peito,
Me arrasta pelo chão,
Flutuo no ar,
Me joga na cama,
No meio do nada,
Na solidão...

Temporária solidão,
Ando na multidão,
Mas ainda assim,
não existe ninguém perto de mim...

Olho no espelho já nem me reconheço...
Apenas vejo o oco que esse vazio deixou em mim...

Silvana Santos