No Limbo...

Estive conversando com Deus…

Questionando-me sobre o cigarro.

Não gosto de ser “levada” por nenhuma “onda”…

Nem mesmo àquela que me fará o “bem”.

Às vezes, necessito do mal.

Para melhorar… progredir.

Este é mais um poeminha tolo.

Mas com dolo… como todos eles.

Estive pensando em minhas mãos trêmulas de hoje.

Mas tremeram antes… do dolo que carrego.

Estive questionando por quê parar…

Gosto de questionar… para tomar atitudes coerentes.

Parar para morrer com ar… pelo menos. Pensei.

Embora muitas coisas minhas e do mundo…

Me roubem o ar… e as palavras.

Sim… é bem verdade…

Este fato não deixa-me melhor…

Mas posso sentir melhor a minha matéria.

O meu espírito é denso.

Mas sou tão rasa…

Vivo na superície de minhas memórias.

Tenho a nicotina e tantos outros químicos presos nos pulmões.

Tenho o limo… o lodo… presos nas paredes de mim.

Não posso livrar-me de nenhum dos dois…

Ambos roubam-me o ar.

A fumaça do cigarro faz-me chorar quando cái aos olhos.

A fumaça da minha história faz chorar os meus olhos. Sempre.

Então… livro-me de uma.

Tento… talvez sinta-me no limbo.

Limbo, por vezes, é paz.

Ao menos… penso menos.

Mas sinto sempre.

Todas as minhas… todas as dores do mundo.

E se eu morresse neste estado de limbo…

Seria, de fato, glorioso.

Estou cansada.

Mas não vou acender o cigarro.

Preciso apenas um pouco de Ar.

Karla Mello

Novembro/2011

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 24/11/2011
Reeditado em 24/11/2011
Código do texto: T3354242
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.