Poesia recebida

Parecia corroer-me,

deixando tudo obsoleto,

qual a minh'alma,

qual meu delírio.

Na verdade corroía,

sim,

pois vi que era ingrato,

sujo,

exemplo de rebeldia insana

que evapora a cada amanhecer.

E soube de tudo,

mas um tudo de todos,

aquela sensação ridícula de estar

sobrando entre os cães

que OUSAM te levar

prum sepulcro qualquer.

...e nessa estória de insanidade,

quando não dá mais pra voltar,

baguncei os conceitos,

reprimi as regras,

fiz-me feito,

acabado,

madeiro lavrado,

pedaço de cruz que sustenta uma alma tão sedenta...

Na verdade, não morro,

pois recebo poesias.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 23/11/2011
Código do texto: T3351309
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