Poesia recebida
Parecia corroer-me,
deixando tudo obsoleto,
qual a minh'alma,
qual meu delírio.
Na verdade corroía,
sim,
pois vi que era ingrato,
sujo,
exemplo de rebeldia insana
que evapora a cada amanhecer.
E soube de tudo,
mas um tudo de todos,
aquela sensação ridícula de estar
sobrando entre os cães
que OUSAM te levar
prum sepulcro qualquer.
...e nessa estória de insanidade,
quando não dá mais pra voltar,
baguncei os conceitos,
reprimi as regras,
fiz-me feito,
acabado,
madeiro lavrado,
pedaço de cruz que sustenta uma alma tão sedenta...
Na verdade, não morro,
pois recebo poesias.