Meu Rio nasce na foz de um poema...

Falo de um Rio

que se perdeu,

um Rio que em mim

repousa e ferve;

Que vive, corre e queima

abaixo das camadas

da epiderme.

Que submerso,

esconde mágoas

e segredos,

ardências e medos;

Densas dores

de desejos,

que se dissolvem em sangue,

que se dissolvem em pedra.

Um Rio,

que abrindo em mim

se fecha,

cavando arestas e

afluentes de mucosas;

Percorrendo veias

por correntezas viscerais expostas.

Falo desse Rio

que nasce na

foz de um verso,

poema triste

que me entristece.

Porque não me escreve sorrindo,

o Rio que me adormece?

MIRAH
Enviado por MIRAH em 18/11/2011
Código do texto: T3343288