Delírios

O delírio nosso de cada dia nos dai hoje;

a morte nossa de cada dia,

cada dia que se vai e leva consigo nossas vidas...

Ao passo que caminhamos mais um minuto

o mesmo minuto nos é guardado para a posteridade.

Nunca tal mistério mostrou-se tão repugnante e atrativo,

uma repulsa convidativa que nos faz querer dançar por abismos,

embriagar-se dos amores e das dores

que sempre tornam náufragos da vida os nossos "próximos".

Beber do cálice da vida é também caminhar para os braços da morte.

Não obstante os prazeres do vinho,

a disforia violentamente arrebata o coração humano;

a veisalgia que nos mata e ressuscita o espírito sempre mais uma vez

para o delírio nosso de cada dia...

Leitora BNFS
Enviado por Leitora BNFS em 15/11/2011
Reeditado em 15/11/2011
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