O jardim suspenso e a primavera

Opine, o que é o Recanto,

Ouse, pelo sim, pelo não;

Praça de ventura, pranto,

Quisera saber sua opinião.

Fotografa-se alma, afinal?

Sei lá, talvez, pretensão;

Que temos cá senão um mural,

E milhares de fotos, exposição?

Não sei, só dou meus pitacos,

Sonhando que seja, contribuição;

Tem vezes que também tô em cacos,

E o soldador parece, no Afeganistão...

Tem outras que enlevado penso,

Que engenho, delícia de construção!

Um remake dos jardins suspensos,

E flores, muitas, o banquete da visão.

Cumplicidade ostensiva, notória,

Almas sósias, o ombro, o irmão;

Ágora, de contar e ouvir histórias,

Sempre primavera, ditosa estação!

Às vezes parece orla do mar,

Atracados navios da imensidão;

Onde a empresa, Carência S/A,

Embarca contêineres no porto solidão...