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Ora sou de mim meu próprio amor
Escolho meu sonho do cimo
Sem tonteios ,devaneios ou torpor
O que a mim intentado foi imputar
Quis mi'a mão amputar
Sou a qu'em letra dança
Mulher e criança
O bicho bravo de mim mesma
Cavo em mi'a letra mui peculiar esperança
Inda que fenecesse
Seria eu de mim a assassina
Mi'a própria presa
E de mi'a armadilha sairia ilesa
Quero em mi'a mão meu cabresto
A liberdade é pois meu maior apreço
Deixo atrás dos olhos imenso portão
E'ncostada às grades a dita ilusão
Sentada me espera a outra metade de mim
Ouço um ruído
Um rangido abafado
Desatrelados os ferrolhos
Que remetem ao passado...
Sigo ,
E meu olho jamais será voltado
Deixo a ti meu gritante silêncio
Que ecoe pois, neste vale imenso...