Alegrias de menino
A essa altura da vida eu daria tudo
por um punhado de alegrias de menino...
Aquele tipo de sentimento dúbio que se apressa
em transformar as tardes das crianças,
alegria e paz,
simultâneos,
agora, distantes.
Eu daria a própria paz idiota que me
acompanha nos tragos de uísque amargo,
ou nas camas amassadas pelos gozos mais sebosos...
Mas essa paz,
essa alegria,
algo que não mais se demonstra,
parte de mim que deixou de ser possuída
para andar de abraços noutras posses delicadas.
Eu daria o que há de mais cálido,
as minhas virtudes,
os meus cúbicos defeitos,
a poesia rabiscada e aleijada.
...talvez até mesmo a mania de ser menino...
...talvez até a idiotice de jurar que minha paz é paz de fato...