Tanque de guardanapos

Acho que fico estapafúrdio; alienado;

distante da sonoridade das motos, dos carros, motores.

Acho que fico estanque, mesmo, neste tanque, mesmo;

ausente das ideologias por excesso de idéias, e metamínias.

A sonoridade é uma besta que influencia a baderna das experiências.

Tão atingível, quanto inatingível, é um desconfigurado paradoxo que acessa, auxilia, assistencializa e diminui qualquer denotação.

Quem o dirá que a consciência não guarda seus liames na experiência?

Você pode saber, sem saber?

Reclamam (devem reclamar?) os sóis das estreitezas ou incertezas destes sais esquecidos num tempo, a deleite?

Qualquer olho é capaz de ver. Sinceramente, percebo como veem, e não veem; sentem e não sentem.

Não é Lispector para se tocar, ou não tocar. Deveriam tocar. Merecem tocar!

Se conjulgam, ou se interpretam.

Se analisam, por que não se inquietam?

Ler as pessoas ficou mais fácil que empinar pipa em domingo de ventania.

O gosto experiente é de uma fumaça densa, pela presente e costumeira arte de interpretar a rotina.

Todos os dias o homem voraz dilacera as presunções ansiosas, como se estivesse a lavar guardanapos em tanque de metal.

Não lhes ocorre que o material é fino e fraco demais para o açoite deste esfregão, suportar?

É ridicularizar a tenacidade de algo que nunca voltará a seu estado principal.

Das imbecilidades, lava-se o absurdo, senhores um animal.

Alexandre Bonilha
Enviado por Alexandre Bonilha em 09/11/2011
Reeditado em 09/11/2011
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