Poetas albinos

É bom ser apreciado por poetas,

Aí, quantas figuras cabem!

Se bem que todos o somos,

Ainda que muitos, não sabem.

O fio da sirene parte a rua,

Se um coração fraco pede socorro;

O silvo do poeta se ouve na lua,

Eterno alforriado e nunca tá forro.

Algemados pelos sentimentos,

Não logram romper as cadeias,

Quem tem a chave falta momento,

A mosca definha grudada na teia.

Há aqueles que vivem um devaneio,

Sede que prescinde de saciedade;

Dizem que de Platão a receita veio,

Mas, foi de Sócrates, a bem da verdade.

Os que, feitos retirantes, à força do estio,

Buscam a sorte galgam novas paragens;

No reino de Realidade a ponte caiu,

Green card pra Fantasia, franca passagem.

Outros ecológicos sócios de Deus,

Tecem loas merecidas ao Poeta-Mor;

Tais versos, criou, que até os ateus,

Que fingem O ignorar, sabem de cor...

A fauna às vezes tem seus albinos,

Mesmo DNA, porém, alvos matizes;

Aqui, acolá, bandos pequeninos,

Mas, esses não são poetas, são felizes...