Alma de poeta.

Chora o poeta a dor.

Chora o poeta a dor do mundo.

Chora o poeta a sua própria dor.

Chora o poeta porque sente demais.

Sua alma apaixonada ama a vida, mas jamais consegue esquecer da morte.

Sua alma teimosa ama a justiça, mas não consegue fechar os olhos para a injustiça.

Sua alma inconsequente insiste em ter ilusão, mas seu coração sensível sofre profundamente com a desilusão.

Chora o poeta a dor.

Chora o poeta a dor do mundo.

Chora o poeta a sua própria dor.

Chora o poeta porque sente demais.

Sua alma persistente busca a paz, mas ele não pode viver longe da dor.

Pois, que é o olhar para dentro e para fora de si, que faz com ele encontre a dor em si e no outro.

Então o poeta chora, porque embora sua alma apaixonada busque o amor, ele só encontra a solidão.

O poeta sofre, sofre muito.

O poeta sofre por que embora sua alma incansável busque a alegria, ele não consegue jamais se esquecer da tristeza que sente.

Pobre poeta!

Tem a alma dividida: de um lado uma imensa luz que irradia seu coração com a mais bela poesia, de outro lado, a imensa escuridão que traz as trevas para sua obra e para sua vida.

Ele vive num eterno nó: um labirinto sem dó.

Um labirinto para o quão jamais há de haver saída.

Não, o poeta nunca jamais encontrará uma saída, pois é esse dilema que está na origem de seu poetar.

E portanto o poeta passará a vida toda buscando algo encontrar, mas sem nunca, jamais encontrar o que realmente deseja.

Porque o que todo poeta sonha em encontrar, é a paz, mas a partir do momento que ele a encontrar, já não terá mais como poetar, e portanto, poeta já não mais será.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 05/11/2011
Código do texto: T3318906
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