Alma de poeta.
Chora o poeta a dor.
Chora o poeta a dor do mundo.
Chora o poeta a sua própria dor.
Chora o poeta porque sente demais.
Sua alma apaixonada ama a vida, mas jamais consegue esquecer da morte.
Sua alma teimosa ama a justiça, mas não consegue fechar os olhos para a injustiça.
Sua alma inconsequente insiste em ter ilusão, mas seu coração sensível sofre profundamente com a desilusão.
Chora o poeta a dor.
Chora o poeta a dor do mundo.
Chora o poeta a sua própria dor.
Chora o poeta porque sente demais.
Sua alma persistente busca a paz, mas ele não pode viver longe da dor.
Pois, que é o olhar para dentro e para fora de si, que faz com ele encontre a dor em si e no outro.
Então o poeta chora, porque embora sua alma apaixonada busque o amor, ele só encontra a solidão.
O poeta sofre, sofre muito.
O poeta sofre por que embora sua alma incansável busque a alegria, ele não consegue jamais se esquecer da tristeza que sente.
Pobre poeta!
Tem a alma dividida: de um lado uma imensa luz que irradia seu coração com a mais bela poesia, de outro lado, a imensa escuridão que traz as trevas para sua obra e para sua vida.
Ele vive num eterno nó: um labirinto sem dó.
Um labirinto para o quão jamais há de haver saída.
Não, o poeta nunca jamais encontrará uma saída, pois é esse dilema que está na origem de seu poetar.
E portanto o poeta passará a vida toda buscando algo encontrar, mas sem nunca, jamais encontrar o que realmente deseja.
Porque o que todo poeta sonha em encontrar, é a paz, mas a partir do momento que ele a encontrar, já não terá mais como poetar, e portanto, poeta já não mais será.