Promessas febris

A flor de laranjeira promete doçura,

E não é que ela cumpre no seu tempo?

Já o meloso amante faceiro na jura,

Hoje ora, por freira de outro convento...

Aquela que comprou gato por lebre,

Na falta de ratos, jogou o bicho fora,

Delírios eventuais na hora da febre,

Se vão, quando a saúde melhora...

Que adianta matar a pulga co’a unha,

Depois que sugou o sangue venoso,

Até tinha um monte de testemunhas,

Mas todas inocentaram o criminoso...

Coisas que vivenciei e outras tantas vivi,

Só resta o motejo do gaiato gozador,

Como dizia um sujeito que conheci,

Se promete e não cumpre, fica prometedor...