Vidas plastificadas...
Eu pensei que tinha os sonhos na mão...
Eu pensei que podia ser tratado como um igual...
Eu pensei que podia ser eu mesmo com minhas diferenças e especificidades...
Eu pensei que podia ser autêntico e verdadeiro comigo mesmo e com os outros...
E eu pensei que se eu lutasse por meus ideais conseguiria vencer...
Ah, eu pensei que podia sorrir de tudo, até mesmo de minhas desgraças...
Pensei que podia ser livre e reclamar sobre o que se encontrava errado...
Pensei que havia liberdade...
Mas, ao tentar exercer minha liberdade acabei sendo esmagado.
Pois, que o mundo frea os sonhos daqueles que nada tem além de seus sonhos.
Mundo plastificado... de pessoas plastificadas...
Vidas plastificadas... onde somos proibidos de dizer que é proibido se expressar...
Tudo em nome de uma democracia plastificada...
O humano se perdeu...
Pois, o mundo nega o que somos de verdade...
O mundo nega os sentimentos complexos...
O mundo repreende desejos, formaliza e enquadra os desejos...
E assim somos obrigados a nos refugiar numa vida repleta de mentiras...
Somos obrigados a engolir um mundo de plástico...
E mais ainda: somos levados a viver uma vida plastificada, em nome de nada, além de uma mentira cotidianamente contada e repassada de geração a geração.
Pois, quem foi que disse que alguém é menos porque carrega com sigo alguma diferença?
Quem foi que disse que todas as maçãs tem que ser iguais mesmo sendo todas maçãs?
Quem foi que disse que o sol nasce para todos?
Se tanta gente é jogada nos quatros cantos de calçadas sujas e tristes?
Mas, por que insistimos em viver num mundo de plástico, com vidas plastificadas?
Por que plastificamos nossos sonhos?
Por que somos impedidos de gritar nossa dor?
Deus, cadê o amor? E se a vida é tão curta, por que somos impedidos de viver?
Deus, será que eles não percebem que não há tempo?
Não, não há tempo...
Pois, que plastificaram nossos sonhos e desejos...
E nos impediram de enxergar que vivemos num mundo plastificado de vidas plastificadas...
Porque ao aceitarmos o mundo do jeito que ele é, acabamos por nos tornar pessoas plastificadas, e assim não mais conseguimos ver, que tudo que vivemos até hoje, e que ainda poderemos viver, não passa de uma farsa.