"Até quanto serei um fantoche dos seus medos?"
Continuo a olhar o retrato rasgado
Tentando encontrar algum vestígio teu
Uma única luz nesses olhos marejados
Uma única esperança nessa alma cansada
Uma última lágrima reluz sobre o rosto doente
E um aperto no coração me diz que é hora de recomeçar
a sofrer, a errar, a cair e desistir...
a se sentir fraco, cansado, esgotado...
Descanso a beira de um abismo
Admirando um arco-íris sem cor
Pensando nas mil e uma maneiras de desistir de viver.
mas nada parece suficientemente o bastante
As horas morrem no relógio
O sono chega a me afetar mais uma vez
Olho minhas mãos calejadas
Lembro-me do último sorriso que dei
Da alegria que um dia senti
Do medo que ousei dizer não existir
Nada, nada mais importa
Se não sei pra onde ir
Se não sei como seguir
Se não sei onde estou...
Estou tão perdido em mim mesmo
E sei que só existe uma maneira de me encontrar
Dizer que te amo
E quem sabe voltar a sonhar
Mas é assim que você me trata
Apenas me ignora, vira as costas e vai embora
Finge não me ver
Ou que tampouco existo
E meu erro é saber que sem ti é tão difícil viver
Eu já tentei te dizer
Mas você vem me ferir com suas palavras sem sentido
E eu só quero saber...
Até quando serei um fantoche dos seu medos?