À espera
Enquanto no arrebol da Humana Existência
Agoniza inerte a quase morta Alegria
A Dor gargalha feliz com sarcástica Ironia
Trazendo consigo sua irmã, a Demência.
No centro desta trágica encruzilhada
O Homem, perdido, ri e alucinado chora
Querendo fugir sem poder ir embora
Juntando os cacos de uma Alma despedaçada.
Mas não há por onde correr da Sorte
Pois a vida é uma colheita cotidiana
Cujas sementes são plantadas por cada ação humana.
Resta, portanto, rumar ao incerto Norte
E com os braços, como os de Cristo na cruz pregados
Esperar o perdão ou o castigo pelos pecados.
Cícero – 11-10-2011