A morte do equilíbrio
Há nas pessoas uma insensata vaguidão
Que as preenche de um nada profundo
Esvaziando-as da luz da razão
E enchendo-as de um escuro imundo.
Há quem da razão faça mercenária espada
E decepa de si o sentimento
Degolando a felicidade tão almejada
Por quem vive intenso cada momento.
Pior quem julga por seu próprio prisma
E condena ou absolve por conveniência
Sem ver adiante o precipício no qual se abisma.
Perde-se quem busca a utópica experiência
De igualar os pratos da balança num plano torto
Perde-se, pois o equilíbrio há muito está morto.
Cícero – 22-10-11