Aeternus
Arrisco em colocar num papel,
Palavras em que falando ao som da voz,
Talvez não às dissesse.
Assim, presumo que,
Escrever seja o meu jeito tímido de falar com as pessoas.
Seja esse meu jeito, de me abrir por inteiro.
Escrevendo, vou elaborando o luto pelas perdas.
Escrevendo, me questiono e me conheço,
Elogio-te e te homenageio.
Escrevendo, falo de Deus. Falo na minha intimidade.
Escrevendo, descrevo como vejo,
E até te instigo a pensar.
Busco no mistério das palavras,
Como descrever cenas do cotidiano.
Penso ainda: descrevo o passado?
Quem sabe escrever sobre o futuro?
Seria muita audácia...
Quanta ousadia, não?
Mas é que penso e vejo a escrita,
Como uma forma de me eternizar,
De deixar o meu legado.
E se Deus me deu o dom,
Não à porque deixar guardado.
Devo então compartilhá-lo.