Aeternus

Arrisco em colocar num papel,

Palavras em que falando ao som da voz,

Talvez não às dissesse.

Assim, presumo que,

Escrever seja o meu jeito tímido de falar com as pessoas.

Seja esse meu jeito, de me abrir por inteiro.

Escrevendo, vou elaborando o luto pelas perdas.

Escrevendo, me questiono e me conheço,

Elogio-te e te homenageio.

Escrevendo, falo de Deus. Falo na minha intimidade.

Escrevendo, descrevo como vejo,

E até te instigo a pensar.

Busco no mistério das palavras,

Como descrever cenas do cotidiano.

Penso ainda: descrevo o passado?

Quem sabe escrever sobre o futuro?

Seria muita audácia...

Quanta ousadia, não?

Mas é que penso e vejo a escrita,

Como uma forma de me eternizar,

De deixar o meu legado.

E se Deus me deu o dom,

Não à porque deixar guardado.

Devo então compartilhá-lo.

Wemerson Melo
Enviado por Wemerson Melo em 31/10/2011
Código do texto: T3308246
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