Há muitos, muitos anos
Um homem, dizem, barbudo
Cabeludo, um hippie, já
Naqueles idos tempos,
Pediu para fazermos aos
outros o que quereríamos
que nos fizessem.

Certo?
Errado!
Ele não falou naquele tempo.
Ele fala ainda hoje.
Esse hippie foi esmagado
Pela intolerância, inveja
Ciúme, e covardia.

Sua fala embora eu não
Tenha ouvido “in loco”
Soam nos meus ouvidos,
Trazida pelos meus pais.
Custei a entender essa frase:
Tudo que fazemos, recebemos;

É aí que eu entro:
Estou sofrendo porque
Tenho minhas contas a acertar.
Choro, me descontrolo!
Pior pra mim. Aumento
Minha conta no banco de Deus.

Deus? Não! Ele não é bancário.
A conta é minha, familiares,
Junto os amigos atuais e os
De outras épocas, de
Outros caminhos
Marcados pelo descompromisso...

Pelo egoísmo...
Pela vaidade...
Imoralidade...
Estamos juntos tentando
Acertar um passado distante
Mas muito presente, atual.

Perdemo-nos pelos caminhos
Por onde passamos...
E agora recebemos os efeitos
Como um bumerangue...
Só nos resta aprender e mudar.
Aprender e perdoar.

Aprender a amar.
Não podemos perder esse tempo.
Ele está passando, nos oportunizando
Condições, situações de amor.
E estamos perdendo.

Nosso compromisso com a
Humanidade é grande.
O que fazemos aqui
Repercuti além dos olhos.
O que pensamos treme
As moléculas da Paz
Atmosférica, da harmonia
Universal. E nossa voz?
Ela alcança a imensidão,
Altera a vibração serena
Do Cosmo Celestial.

Nosso pensamento harmônico
Acalma, sereniza.
Nossa alma se eleva,
Fica leve, tranqüila.
E nada nos atingirá.
Só nós nos atingimos.
Só nós nos magoamos.
Só nós nos perdoamos.
Precisamos nos alertar,
Ficar atentos:
Olhar e vigiar...
A nós mesmos, que somos
A prata da casa de Deus.



São Paulo, 31/10/2005