Tratado Sobre a Escrita
Tratado da minha escrita
que busca além de uma razão maior,
a excelência.
A minha persistência ou
uma procurada competência?
Gosto muito de pensar
que só de parar pra escrever
eu participo mais uma vez da natureza,
eu passo a interagir mais
com a obra maior do Ser Supremo.
Vou providenciar a melhoria.
Acertar desacertando as rimas.
Desarrumar quartetos.
Procurar delicadamente descortinar
previstas reações e prováveis medos.
Concorrer com palavras
e sentimentos toda a força,
toda a doçura, toda a paciência
de achar pro resto da vida
toda a qualidade e amor
que eu sinto ao lembrar
ou olhar o meu ser de amor.
Coincidir a sequência lógica
de tudo o que eu acho que sei,
o talvez e o que eu realmente não sei.
Potencialidade escrita e vista
nas entrelinhas do dia.
Calçar os pés com a estabilidade
insurreta da compreensão.
Menção da sobriedade.
Notoriedade prevista.
Vista longa a perder a distância.
Constância.
E o tratado crava um olhar austero
frente ao desafio de acertar.
Buscar uma lógica
infundada nas frases que digo
e nas frases que ouço.
Absurdo.
E dá até um surto.
Menção de arrebatar olhares
e pesar de apesares...
Pensando no que não se explica.
E enfim acaba que tudo
fica na mesma.
Incerteza.
Vou na correnteza.
Tratando de conversar e pensar
sobre os momentos suspeitos.
Será que um dia
encontrarei o que procuro?