Tratado Sobre a Escrita

Tratado da minha escrita

que busca além de uma razão maior,

a excelência.

A minha persistência ou

uma procurada competência?

Gosto muito de pensar

que só de parar pra escrever

eu participo mais uma vez da natureza,

eu passo a interagir mais

com a obra maior do Ser Supremo.

Vou providenciar a melhoria.

Acertar desacertando as rimas.

Desarrumar quartetos.

Procurar delicadamente descortinar

previstas reações e prováveis medos.

Concorrer com palavras

e sentimentos toda a força,

toda a doçura, toda a paciência

de achar pro resto da vida

toda a qualidade e amor

que eu sinto ao lembrar

ou olhar o meu ser de amor.

Coincidir a sequência lógica

de tudo o que eu acho que sei,

o talvez e o que eu realmente não sei.

Potencialidade escrita e vista

nas entrelinhas do dia.

Calçar os pés com a estabilidade

insurreta da compreensão.

Menção da sobriedade.

Notoriedade prevista.

Vista longa a perder a distância.

Constância.

E o tratado crava um olhar austero

frente ao desafio de acertar.

Buscar uma lógica

infundada nas frases que digo

e nas frases que ouço.

Absurdo.

E dá até um surto.

Menção de arrebatar olhares

e pesar de apesares...

Pensando no que não se explica.

E enfim acaba que tudo

fica na mesma.

Incerteza.

Vou na correnteza.

Tratando de conversar e pensar

sobre os momentos suspeitos.

Será que um dia

encontrarei o que procuro?

Sandra Vaz de Faria
Enviado por Sandra Vaz de Faria em 30/10/2011
Código do texto: T3306504
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