Assombroso escrever
Fecho as minhas portas
Me entrego a este teclado
Nada musical.
E as janelas?
Abertas as deixo.
Vejo minhas pupilas volverem-se cachoeiras
De grandes pancadas
Tornassem cascatas como a de Iguaçu
Me invade pego a eletrônica pluma
Descrevo o fervor
De a ti neste momento sentir
A alma se desprende do meu somático
Deixo de existir
Sigo e persigo
Uma trilha
Para adentrar
E ressuscitar nos labirintos
Das palavras mortas
Das abikus
Continuo até chegar
Nas ourelas do rio Muso
Para te escrever.
Quando componho
Não tenho outros seguidores
Que o meu eletrônico
E a fertilidade cognoscitiva
Redijo o ato
Assombroso do escrever
Me regozijo e me desnudo
Num átimo
Num papel
Continuo a transcender...