Assombroso escrever

Fecho as minhas portas

Me entrego a este teclado

Nada musical.

E as janelas?

Abertas as deixo.

Vejo minhas pupilas volverem-se cachoeiras

De grandes pancadas

Tornassem cascatas como a de Iguaçu

Me invade pego a eletrônica pluma

Descrevo o fervor

De a ti neste momento sentir

A alma se desprende do meu somático

Deixo de existir

Sigo e persigo

Uma trilha

Para adentrar

E ressuscitar nos labirintos

Das palavras mortas

Das abikus

Continuo até chegar

Nas ourelas do rio Muso

Para te escrever.

Quando componho

Não tenho outros seguidores

Que o meu eletrônico

E a fertilidade cognoscitiva

Redijo o ato

Assombroso do escrever

Me regozijo e me desnudo

Num átimo

Num papel

Continuo a transcender...

Gelassenheit
Enviado por Gelassenheit em 29/10/2011
Código do texto: T3304919
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