PERGUNTAS DELIRANTES PARA QUEM SE AUTODENOMINA POETA:

Hoje, já vendeste estranhezas

De enfeitiçar olhos fatigados

De lerem mensagens coesas?

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Com uns poucos farrapos de letras

Deixaste antever uns nacos

D’um sentido inusitado lá por debaixo?

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Subverteste as coerências

Das idéias consagradas

N’águas crespas das palavras?

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Planaste na adolescência

Dos versos que não se pretendem

Madurar e habitam tua inocência?

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Teus poemas, de tão leves, flutuam

Como brancas penas, sem pena

Da língua relha e do contravento?