COMPASSOS
I-
A felicidade,
É como uma luz que
penetra nos escuros
Mas não permanece
Porque ela é um pássaro
Sem pés, que não pode pousar!
II -
O incansável pássaro
Rasgou o véu da noite
Por onde entrou a manha
Embranquecida!
III -
Anália tossia de tristeza
Não havia quem a curasse
Faltar-lhe ia xarope com certeza
Ou talvez fosse amor que lhe faltasse?
IV -
O tempo fecha portas
O bisturi do destino
Abre o corpo dos sonhos
Causa mortis sempre a mesma: Solidão
V -
Doces
Seus olhos
Pousados sobre mim
Escreviam nas bordas do silencio
Declarações de amor!
VI -
Como um trem
Meus pensamentos se põem um atrás do outro
Nos trilhos do pensar
Não sei se existo porque o tempo vive
Ou se o tempo vive por que existo
O tempo está dentro de mim e eu estou
Dentro do tempo
Tudo que respiro é tempo
O tempo respira a vida
E tempo é vida
O tempo também me respira
E a vida me respira
Somos uma coisa só
E não somos coisa nenhuma!