COMPASSOS

I-

A felicidade,

É como uma luz que

penetra nos escuros

Mas não permanece

Porque ela é um pássaro

Sem pés, que não pode pousar!

II -

O incansável pássaro

Rasgou o véu da noite

Por onde entrou a manha

Embranquecida!

III -

Anália tossia de tristeza

Não havia quem a curasse

Faltar-lhe ia xarope com certeza

Ou talvez fosse amor que lhe faltasse?

IV -

O tempo fecha portas

O bisturi do destino

Abre o corpo dos sonhos

Causa mortis sempre a mesma: Solidão

V -

Doces

Seus olhos

Pousados sobre mim

Escreviam nas bordas do silencio

Declarações de amor!

VI -

Como um trem

Meus pensamentos se põem um atrás do outro

Nos trilhos do pensar

Não sei se existo porque o tempo vive

Ou se o tempo vive por que existo

O tempo está dentro de mim e eu estou

Dentro do tempo

Tudo que respiro é tempo

O tempo respira a vida

E tempo é vida

O tempo também me respira

E a vida me respira

Somos uma coisa só

E não somos coisa nenhuma!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 23/10/2011
Reeditado em 19/01/2014
Código do texto: T3293423
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