Casualidade

Cai no telhado

Empurra o graveto

E as folhas caídas

Vai passa pela calha

Pelo caimento

Molha o quintal

Refresca as margaridas

Vai encontra as calçadas

E os riachos

Que se formam com a descida

Vai junta a criançada

Que brinca nas bicas

Vai junta os velhos

Que ficam nas janelas e guaritas...

Vai junta os pardais que ficam mudos

Nos porões e marquises aquecidas...

Cai no telhado

Empurra o graveto

E as folhas caídas

Vai passa pela calha

Pelo caimento

Molha o quintal

Refresca as margaridas

Faz as ruas ficarem encharcadas

Faz o rio ocupar parte da avenida

Faz os carros ficarem lerdos

E as pessoas cada vez mais enlouquecidas

Vai, vai.

Segue teu curso natural

Deságua no mar

Deixa a tempestade moldar tua existência

Por que o mundo precisa de casualidades

Por que tudo muda...A todo o momento

E não adianta termos tanta ciência...

Se a terra resolve se revoltar...

Ela não dá pistas...

Ela não dá nem conhecimento...

E tome chuva...

Trovoada,

Relâmpago

E pancada de vento.

Mathias Moreno
Enviado por Mathias Moreno em 23/10/2011
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