SÓ A VIDA ABSOLUTA CAMINHA PARA A ARTE ABSOLUTA
Ao preço de uma vida burguesa
Sua poesia andava
Sempre a mesma
Ele rogava - em "mesmas" palavras:
- Ah... que a vida dissoluta me tome
No esplendor da sua fome
Que crie, disforme,
Em livre arte inominada e absoluta,
Aquela pira luminosa e bruta
Que consome
Meu corpo,
Minha mente
Que me calcina a sorte
Como um astro incandescente
Inflamando a semente
Da arte sem medo
Dos limites da morte...
Apelo inútil...
A cultura domesticada
Já inundava sua alma
De belíssima calma servil