Ontem a morte veio
Ontem a morte veio,
Espalhou sua escura mão,
Ceifou um jovem piloto,
Que corria por um milhão,
E idoso que lhe fugia,
Ajudada pela omissão.
Arrancou sementes túmidas,
Em fase de germinação,
Deixou muitas faces úmidas,
Onde chamou atenção,
Até em praças lúdicas,
Estragou a diversão.
Ceifou o trigo maduro,
Nesse caso até foi bem vinda,
Outro que não tinha futuro,
Mas era cedo pra sorte finda,
Encastelou no escuro,
Princesa, sem príncipe ainda.
Em toda a rosa dos ventos,
Sopra seu tormento, furacão,
Colhendo alheia ao momento,
Não pedindo permissão,
Sai pra lá bicho sarnento,
A morte é uma sem noção.
Todo um baralho trágico,
Ela quer cortar numa vasa,
Pasmem! Em seu labor sádico,
Trouxe água à minha brasa,
Espiei pelo olho mágico,
E fingi que não tava em casa...