bipolar
Há dias em que, estar sem você
deixa inepto para vida e frouxo;
e outros que presumo merecer,
os aplausos fartos, do ipê roxo;
sendo mais você, sou mais eu,
os seios de ventura apalpando;
mas, só; Elias na caverna, ateu,
a sentir-se último dos moicanos;
show onde levanto todo Coliseu,
o leão vira um gatinho chinfrim!
Depois, pregos para furar pneu,
onde, todas vaias são pra mim;
vivas estações, cereja madura,
frescor e doçura, avermelhada;
e mórbidas, onde falta verdura,
e faço de losna a minha salada;
ela há de chegar num dia mau,
despertar sonolento depressivo;
acabar a mesmice de berimbau,
e positivar a esse polo negativo;
aí, cores da vida terão novo viço,
mal e mal viver, será bombom;
e quando posso acreditar nisso,
certamente estou num dia bom...