Penumbra
As águas de março,
Pensamento distante
Debaixo do braço
Carrega seu mundo sem gente
Via tocando vida
Palavras de couro
Martírio sem choro sem despedida
Ai das mulheres e famílias em agouro
Bem de longe das terras
Seca e reza
Pedindo que volte santas promessas
Que a injustiça termine com pressa.
Pobre miolo de gente,
Sua moringa vazia
Lembrava da sua mãe cantando de noite,
Fim da historia.
Os laços que prendem um destino
Seu cavalo maculado,
Pés de augustos hoje de escravo
Sente o valor do passado?
Na penumbra leva a lua
Pedindo socorro
Pra que se finde essa historia,
De que todo negro é visto como escravo