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Algumas sequências precisam ser respeitadas.
No processo de recuperação de um abatimento.

Não é possível, por exemplo, estancar o sofrimento,
Com palavras, atitudes ou conselhos,
Sem antes ouvir o desabafo, ainda que parcial,
- Inclua-se aí, o direito adquirido de falar bobagens, -
Com a fidelidade de um espelho:
Sem pré-julgamentos, sem a rigidez de uma corte marcial!
O indivíduo que está desequilibrado, com as asas machucadas,
Sente a necessidade de esbravejar suas miragens.

Após esse monólogo que pode ser longo ou curto,
Variando de acordo com o tamanho da desilusão,
E, com o consequente estrago causado em seu mundo,
É que se deve dar início à intervenção.
Não adianta atropelar o processo.
Isso pode acarretar em estrondoso insucesso,
Se a intenção era mesmo a de ajudar...
É indispensável antes de tudo escutar,
Lembrando que está ouvindo alguém destroçado,
Pelas suas próprias emoções, mutilado.

É incoerente e absurdo, esperar extrema coerência...
É fundamental, a paciência!
Deixe-o falar à vontade,
Exteriorizar toda a sua mágoa,
Que, com certeza, nesse momento,
Apresenta-se maior do que é, em verdade.
Deixe-o lavar bem suas águas,
Todo o seu constrangimento.
Até o fim disso tudo,
O recomendável é permanecer mudo.

Ajuda também demonstrar alguma receptividade.
O indivíduo quer sentir cumplicidade.
Não precisa ser explícita,
Ou, exageradamente convicta.
Basta passar uma boa dose de segurança,
Para que o relato seja feito com confiança.
Assim ele será mais amplo,
Proporcionando uma visão maior do campo.
Por último, agora sim, com o indivíduo mais calmo,
Fica mais fácil atingir o alvo.

Mostrar que entende, perfeitamente, a sua reação,
Diante daquela lamentável situação.
É a primeira fala obrigatória, de quem pretende auxiliar.

Em seguida, escolhendo bem as palavras,
Posto que o ouvinte está com o peito em brasas,
Começar a, delicadamente, esboçar 
Uma outra visão,
Sobre aquele instante de aflição,
Aparando os exageros,
Mencionando a imprevisibilidade dos enredos...
O encerramento tem que apontar para a saída.
Tem que convencer o ouvinte a voltar a acreditar na vida.
Prometendo que mais tarde aparecerão as razões,
As partes das frações,
Que impediram o coração
De zerar essa, pretensamente, complicada, equação.









Uma linda canção
para suavizar o coração:

http://www.youtube.com/watch?v=YPsLEGCojZk&feature=related 


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Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 13/10/2011
Código do texto: T3273562