Moinhos

Marca e roda os pensamentos

Escuta e voa como o silencio

Escreve e sonha com os amores

Derrama e morre depois de um dia insatisfeito

Pede e recebe vento.

Acorda e se apavora com o tempo

Morde-se e chora em tormento

Navega e nada encontra

Apronta e faz de conta

Que o vazo quebrado é uma arte.

Pede e ora

Chora e se controla

Fala sem voz

Corre mais veloz e salva

A própria mãe.

Termina o romance

Escuta e voa como o silencio

Remete uma carta cheia de segredo

Amanhece e vê que perdeu seu elo.

Martirizasse após ter acabado com sua própria vida.

Não se encontra e quer morrer

Anoitece percebe que não tem prazer

Dá meia volta

E continua em revolta

Volta mais morta que era pra ser.

Não se justifica apenas diz que perdeu a paz

Desmembrou seus olhos

Porque não quis ver mais

A escuridão lhe foi familiar

Depois de um tempo pediu luz e aconchego.

Pediu pra ser normal

E viver com ternura e zelo

Marca e roda os pensamentos

Engole moinhos e arrota vento.

Dreh Romano
Enviado por Dreh Romano em 11/10/2011
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