Moinhos
Marca e roda os pensamentos
Escuta e voa como o silencio
Escreve e sonha com os amores
Derrama e morre depois de um dia insatisfeito
Pede e recebe vento.
Acorda e se apavora com o tempo
Morde-se e chora em tormento
Navega e nada encontra
Apronta e faz de conta
Que o vazo quebrado é uma arte.
Pede e ora
Chora e se controla
Fala sem voz
Corre mais veloz e salva
A própria mãe.
Termina o romance
Escuta e voa como o silencio
Remete uma carta cheia de segredo
Amanhece e vê que perdeu seu elo.
Martirizasse após ter acabado com sua própria vida.
Não se encontra e quer morrer
Anoitece percebe que não tem prazer
Dá meia volta
E continua em revolta
Volta mais morta que era pra ser.
Não se justifica apenas diz que perdeu a paz
Desmembrou seus olhos
Porque não quis ver mais
A escuridão lhe foi familiar
Depois de um tempo pediu luz e aconchego.
Pediu pra ser normal
E viver com ternura e zelo
Marca e roda os pensamentos
Engole moinhos e arrota vento.